Após uma longa batalha que iniciou quando foi infectado pela Covid-19 em outubro de 2020, o médico paliativista do Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP), Dr. Luiz Henrique Campelo, está pronto para retornar às atividades na instituição a partir de janeiro de 2022. Há um ano, Dr. Luiz Henrique foi desenganado pela medicina depois de ter desenvolvido um quadro grave da doença. Ele conta que na fase mais crítica da doença teve 98% de comprometimento pulmonar e que, por isso, precisou passar por um tratamento intensivo.
Foram 62 dias de internação, dentre os quais ele foi submetido a uma terapia utilizada na UTI chamada ECMO. “Meu pulmão estava tão inflamado que não fazia as trocas gasosas. A máquina cumpria toda a função do pulmão”, relata. Um dos momentos mais difíceis durante a internação do especialista foi quando entrou em coma induzido, sendo entubado por 45 dias. Naquele período, Dr. Luiz Henrique, também conhecido como Lula pela família e amigos, perdeu aproximadamente 40 kilos.
Com tantos anos de experiência cuidando das pessoas, estar “do outro lado” foi desafiador e, ao mesmo tempo, transformador.
“Me ver no próprio leito fez com eu desse ainda mais valor aos pequenos momentos e a me colocar mais no lugar do outro. Mudou o sentido de tudo”, declarou.
Celebração da vida
Dr. Luiz Henrique se considera um milagre da da vida por hoje poder estar junto à esposa, dos três filhos e de todos que o amam. A família foi a principal força do médico para que voltasse à vida. Inclusive, ele foi tratado pelos primos que também são médicos; Emanuel, Eduardo e Guilherme Campelo. “Meus primos me acompanharam de perto e tomaram medidas heroicas. Sou muito grato a eles por estar vivo e contando esta história”.
Agora, Dr. Luiz tem motivos de sobra para comemorar. Em reabilitação física, aos poucos, ele está voltando à rotina, atendendo no consultório particular e fazendo suas atividades como antes. Para 2022, ele só tem gratidão pela nova vida e não vê a hora voltar para o HCP, como ele mesmo diz: “O hospital que amo trabalhar e me sinto querido por todos”.