Começa mais um mês e o Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP) inicia uma nova campanha de conscientização contra o câncer – o “Agosto Verde Claro”, um mês inteiro de alerta para a detecção precoce do linfoma, um tipo de câncer que se desenvolve no sistema linfático (sistema de defesa do organismo, responsável pela circulação dos glóbulos brancos, que atuam no combate das doenças causadas por vírus e bactérias).
Segundo o Instituto Nacional de Câncer de Pernambuco (INCA), mais de 14 mil pessoas devem ser acometidas pela doença em 2021, sendo 8.170 homens e 6.500 mulheres, desse total. Esse quantitativo representa a soma de acometidos pelos dois grupos de linfomas, Linfoma de Hodgkin (LH) e Linfoma não Hodgkin (LNH). “O linfoma ocorre quando uma célula normal do sistema linfático se transforma, cresce sem parar e se dissemina pelo organismo. A célula afetada, o comportamento e a agressividade desses linfomas os classificam como Linfoma de Hodgkin e não Hodgkin. Nos dois tipos, o diagnóstico precoce pode garantir o sucesso no tratamento, por isso é imprescindível atenção aos sintomas”, destaca a coordenadora do Serviço de Hematologia do HCP, Danielle Padilha. Surgimento de ínguas (caroços na região do pescoço), sudorese noturna, perda de peso, febre e coceira na pele são os principais sinais de alerta.
Linfomas de Hodgkin e Linfomas não Hodgkin se diferenciam pelo tipo de célula doente e por características clínicas da doença. Existem mais de vinte subtipos de LNH, com características distintas – de crescimento lento, que pode levar meses a anos e subtipos agressivos, e de crescimento rápido, levando semanas para o seu agravamento. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), por razões ainda desconhecidas, os casos de Linfomas Não Hodgkin duplicaram nos últimos 25 anos, principalmente entre as pessoas com mais de 60 anos, atualmente correspondem a cerca de 80% dos casos, sendo o tipo mais comum da doença. Já o LH corresponde a aproximadamente 20% dos casos e pode ocorrer em qualquer idade.
Alteração no sistema imunológico é o principal fator de risco para o aparecimento da doença, nesse caso, pessoas com infecções crônicas, doenças autoimunes e deficiências imunológicas têm maior propensão a desenvolver linfoma – ou seja, pessoas infectadas pelo vírus HIV, de Epstein-Barr e HTLV1 e pela bactéria Helicobacter pylori, pessoas que fizeram tratamento para outro tipo de câncer e transplante de órgão. “Fatores como a exposição a radiação, dieta com muita carne e gorduras, sedentarismo e exposição a agentes químicos, como fertilizantes e solventes, também são relacionados como fatores de risco para o linfoma”, alerta a médica do HCP Danielle Padilha.
O tratamento mais utilizado para o linfoma é a quimioterapia, porém, em casos mais agressivos, onde o paciente não reage bem à quimioterapia, e em alguns tipos de linfomas não Hodgkin é necessário o transplante de medula óssea e, até mesmo, a radioterapia.
Em 2020, segundo dados do Registro Hospitalar de Câncer do HCP, foram diagnosticados 183 casos de linfoma no HCP, sendo 150 do tipo Linfoma não Hodgkin.