A doença é considerada perigosa principalmente por apresentar sintomas semelhantes aos de enfermidades menos graves
Com o objetivo de alertar a sociedade sobre os perigos do câncer cerebral, doença que representa 4% das mortes por câncer no Brasil, o Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP) muda de cor a partir do mês de maio e abraça a campanha Maio Cinza. O câncer cerebral surge a partir do crescimento desordenado das células que promovem a sustentação e nutrição dos neurônios. Alguns dos sintomas iniciais são: dor de cabeça, tontura e lapsos de esquecimento, que podem ser facilmente confundidos com outras doenças menos graves, o que dificulta o diagnóstico precoce.
Um dos perigos do câncer cerebral é a formação de tumores em outros locais do corpo, os chamados tumores metastáticos. “A lesão metastática é mais frequente, porque ela vem de outros tumores comuns, como mama e pulmão”, explica o coordenador do serviço de Oncologia Clínica do HCP, dr. Ilan Pedrosa. De modo geral, a doença é mais comum em idosos com mais de 60 anos, mas a sua frequência também varia nas outras faixas etárias, a depender do subtipo. Em razão disso, a descoberta na fase inicial é fundamental para um tratamento adequado, isso porque o tumor evolui rapidamente nas suas formas mais agressivas.
“Se a doença surgir na área responsável pelo equilíbrio, a pessoa pode sentir tontura. Se for próximo à enervação dos olhos, ele pode ter alterações na visão. Também é importante prestar atenção se houver mudanças no padrão de cefaleia (dor de cabeça) que a pessoa costuma sentir e se ela vier acompanhada de outros sintomas, como fraqueza nos membros e dificuldade na fala”, completa Dr. Ilan Pedrosa.
Pouco se sabe sobre os fatores de risco associados ao tumor. Até o momento, a única circunstância conhecida por promover o aparecimento da doença é a exposição radiológica excessiva, que causa alterações genéticas. O tumor pode ser classificado em quatro graus, sendo o grau 1 de caráter benigno, que evolui de forma mais lenta, e o grau 4, o mais agressivo. Em todos os graus, a doença é grave, visto que compromete o principal órgão do Sistema Nervoso Central (SNC). A probabilidade, no entanto, de uma pessoa desenvolver um tumor cerebral maligno durante sua vida é inferior a 1%.
Para as pessoas que apresentarem os sintomas, a orientação é de procurar um clínico geral ou um neurologista clínico o mais rápido possível. Isso porque o tratamento desses tumores é feito através de cirurgia. “A chance de conseguir a cura é por meio do diagnóstico precoce e do procedimento cirúrgico. Quando não é mais possível fazer a cirurgia, o paciente é direcionado para um tratamento paliativo, que pode ser feito com quimioterapia e radioterapia”, acrescenta o oncologista.
Neurocirurgia Oncológica no HCP
No HCP, o serviço de Neurocirurgia é responsável por tratar e cuidar de pessoas diagnosticadas com tumores que acometem o Sistema Nervoso Central (encéfalo e medula espinhal) e Periférico (nervos). A equipe é formada por três especialistas de referência em oncologia, Dr. Frederico Tavares, Dr. Joacil Carlos e Dr. Luiz Domingues, os quais trabalham em conjunto para promover uma assistência de qualidade para os pacientes, realizando cirurgias de alta e média complexidade. O serviço também promove atividades científicas: recentemente foi instalado o Fellowship em Neurocirurgia Oncológica do HCP, o mais novo programa de pós-graduação da instituição.