A magnitude dos estudos tem elevado a instituição ao patamar de centro de referência em pesquisa
Instituição de referência em oncologia, o Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP) tem conduzido importantes estudos que avaliam a eficácia de novas opções terapêuticas para o tratamento do câncer. Realizadas por um grupo de pesquisadores de diferentes áreas de atuação na instituição, as investigações colaboram com o avanço e a modernização da oncologia, o que tem trazido reconhecimento mundial para o hospital.
As pesquisas clínicas realizadas no HCP também são uma forma de oferecer aos pacientes atendidos por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) o que há de mais moderno na medicina, isso porque, ao participar do estudo, o paciente tem acesso, sem custo algum, a medicamentos altamente qualificados que ainda estão em fase de testes, além de serem acompanhados frequentemente, através de consultas, pelo pesquisador investigador. “A pesquisa clínica é a melhor forma de oferecer assistência oncológica. Através desses estudos, proporcionamos o melhor recurso terapêutico para nossos pacientes”, pontua oncologista do HCP, dr. Marcelo Salgado.
Atualmente, o Centro de Pesquisas Clínicas do HCP conduz 7 estudos internacionais, com a participação de 29 pacientes. Duas dessas pesquisas, investigadas pelo Oncologista Clínico Marcelo Salgado, conquistaram importantes posições em todo o mundo: uma delas conquistou o 1º lugar no Brasil e o 9º no mundo, com 117 instituições participantes, a outra alcançou o 2º lugar no Brasil e o 37º no mundo, entre 371 centros hospitalares participantes – O indicador é medido com base na capacidade de recrutamento de pacientes para a pesquisa. “O recrutamento é feito durante as consultas rotineiras. Avaliamos se o paciente tem o perfil indicado no estudo e explicamos como será todo o processo”, explica o médico.
A notável participação do HCP nas investigações científicas representa um grande marco para a instituição. Ainda de acordo com o oncologista, anteriormente, no Brasil, a indústria farmacêutica internacional concentrava sua atuação nas regiões sul e sudeste. O ingresso cada vez mais crescente de Pernambuco, através do HCP, na condução de importantes estudos clínicos tem elevado a instituição ao patamar de Centro de Referência em Pesquisa. “A pesquisa clínica vem de países de primeiro mundo”, aponta.
Como funciona a pesquisa clínica
Um dos tipos de estudo de maior relevância na medicina, a pesquisa clínica parte da proposta de laboratórios farmacêuticos internacionais, que descobrem o novo medicamento e financiam a testagem nos centros hospitalares de pesquisa. Para que a eficácia dos novos fármacos seja comprovada, a pesquisa precisa ser aprovada em três fases (Fase 1: primeiro teste em seres humanos. Realizado em pequenos grupos de voluntários, normalmente, sadios, sem a doença pesquisada. Nesta etapa, se verifica a relação entre dose e efeito do medicamento. Fase 2: teste feito num número limitado de pacientes, para avaliar a efetividade potencial do medicamento e estabelecer a segurança. Fase 3: testes realizados em grandes e variados grupos de pacientes. Esta etapa tem como objetivo confirmar a eficácia e a segurança do medicamento, bem como seus efeitos colaterais. Além disso, são avaliados risco/benefício, indicações e contra-indicações, medidas de precaução, via de administração, entre outros). O resultado é alcançado entre 5 e 7 anos de investigação, por meio da comparação dos resultados obtidos com os resultados dos medicamentos que já são usualmente utilizados.
É importante destacar que, para que uma medicação seja testada em seres humanos, precisa ter sido aprovada num processo rigoroso que verifica os efeitos benéficos ou prejudiciais do seu uso. Para uma pesquisa ser iniciada no Brasil, por exemplo, precisa ser validada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), pelo Comitê Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) e pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da instituição onde será conduzido o estudo. No HCP, o CEP é formado por uma equipe multidisciplinar que zela pelos padrões éticos da investigação, defendendo os interesses, integridade, dignidade, segurança e bem-estar dos sujeitos participantes.
A importância da pesquisa clínica no tratamento oncológico
Considerado um problema de saúde pública, por ano, mais 18 milhões de novos casos de câncer são diagnosticados no mundo. Apenas no Brasil, a estimativa é que ocorram 650 mil novos casos da doença para cada ano do triênio 2020-2022. Em Pernambuco, estimam-se 11.590 casos de câncer em homens e 10.940 em mulheres. (Dados do INCA).
Tanto a incidência como a mortalidade por câncer podem ser reduzidas com a detecção precoce aliada a um tratamento imediato e completo. A pesquisa clínica tem uma participação fundamental na investigação das melhores maneiras de prevenir, diagnosticar, tratar e controlar a doença. Graças aos estudos clínicos realizados por pesquisadores nos centros hospitalares do mundo, são feitas grandes descobertas que aumentam o êxito no combate ao câncer.