Julho verde: um mês inteiro para chamar a atenção para a existência do câncer de cabeça e pescoço. A campanha, que faz alusão ao Dia Mundial de Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço, celebrado em 27 de julho, reforça a importância da prevenção e do diagnóstico precoce da doença, que possui chances de cura superior a 80% quando detectada no início. O Julho Verde foi idealizado há dois anos pela Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP).
Câncer de cabeça e pescoço é o nome genérico que se dá aos tumores que ocorrem na boca, na faringe, na laringe e nos seios paranasais. Em geral, os tumores de cabeça e pescoço são mais frequentes em homens com mais de quarenta anos, e, juntos, representam o segundo tipo de câncer com maior incidência na população masculina brasileira, segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca).
De acordo com o coordenador do serviço de Cabeça e Pescoço do HCP, Dr. Paulo Bentes, isso ocorre porque a doença está fortemente associada ao consumo de álcool e ao tabagismo. “Pessoas que utilizam cigarros há muito tempo têm riscos 20 vezes maiores de desenvolverem algum câncer de cabeça e pescoço. Quando há também o consumo do álcool, essa chance sobe para 25 vezes”, destacou. Nos últimos anos, a infecção pelo HPV também tem sido relacionada com tumores de boca, orofaringe e laringe.
Os sintomas variam de acordo com o tipo do tumor, mas de modo geral, é preciso ficar atento a feridas na boca ou na garganta que demoram a cicatrizar; dor ou dificuldade para engolir; rouquidão por tempo prolongado; e caroços no pescoço. “Não existe nada mais fácil do que detectar esses sintomas, mas, mesmo assim, continuamos a fazer o diagnóstico do câncer quando ele já está avançado. Quanto mais cedo o tumor for detectado, maior a chance de cura e menor as consequências para os pacientes”, frisou o médico.
Números HCP
Em 2016, o serviço de Cabeça e Pescoço do Hospital de Câncer de Pernambuco recebeu mais de 2 mil novos pacientes com a doença, além de ter realizado mais de 11,2 mil consultas e de 2,6 mil cirurgias. Atualmente, o setor conta com 12 cirurgiões especialistas e é responsável por realizar cerca de 60% de todas as cirurgias em pacientes com câncer de cabeça e pescoço no Estado.