Uma vida dedicada ao Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP): esse é o resumo da história de Maria Esther Souto que, se estivesse viva, teria comemorado 100 anos no último dia 7 de março. Em celebração à data, familiares e amigos se reuniram e participaram de uma missa na Igreja Madre de Deus, no Bairro do Recife. Entre os presentes, integrantes da direção do HCP, como o superintendente geral, dr. Hélio Fonseca, e da Rede Feminina Estadual de Combate ao Câncer.
A biografia de dona Esther se confunde com a história do HCP. Era o ano de 1945 quando ela, então aos 28 anos, e Dília Henrique, sua amiga, se uniram com o propósito de realizar um trabalho assistencial e filantrópico para os indigentes hospitalizados. Foi quando descobriram que os portadores de câncer eram os que mais precisavam de ajuda. Estava lançada a semente que se transformaria na Sociedade Pernambucana de Combate ao Câncer (SPCC), do qual foi presidente.
Neta de dona Esther e uma das organizadoras da homenagem, a empresária Paula Meira afirmou que a avó sempre teve muito orgulho de ter feito parte da construção do HCP. “Minha avó nos marcou como exemplo de união, solidariedade e amor. Todos os sentimentos que as pessoas deveriam ter umas pelas outras, ela tinha”, enfatizou. Casada com o empresário e deputado Adelmar da Costa Carvalho, que faleceu em 1990, dona Esther conseguiu o terreno onde foi instalado e se encontra até hoje o HCP e doou ainda a construção do primeiro pavilhão do hospital, entre outros feitos.
Mãe de cinco filhos, dona Esther somente deixou de trabalhar no HCP aos 91 anos, por recomendações médicas. Faleceu meses depois, em 2009, por causa de uma infecção respiratória. Pelo seu trabalho e fundação da rede de voluntariado que atua até hoje, Dona Esther também é considerada a voluntária mais antiga do País.