Quando Rosa da Conceição veio ao Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP), na manhã da última terça-feira (21), ela estava preocupada com o quadro clínico da sua mãe, recém-diagnosticada com câncer de mama. Elas não sabiam que, na mesma manhã, iriam presenciar o desfile do bloco lírico Eu Quero Mais, que visitou os ambulatórios e enfermarias, acompanhados pelo Bloco das Rosas, troça carnavalesca criada pela Rede Feminina Estadual de Combate ao Câncer, movimento de voluntariado que atua dentro do HCP. Todos os anos o evento é realizado, fazendo alusão a vários ritmos do Carnaval.
Esta é a terceira vez que o Eu Quero Mais se apresenta no Hospital de Câncer. Para Maria Vencedora, este é um dos melhores momentos das suas festas de momo. Há sete anos, ela pôde participar da brincadeira no ambulatório, ainda durante o tratamento. Mesmo após vencer a doença, a ela continuou frequentando os desfiles do Bloco das Rosas e das atrações que costumam prestigiar os carnavais do HCP. “Já faz parte da minha programação anual”, revela a foliã de 65 anos.
“Essa atividade proporciona um momento do dia que se torna diferente e contagiante para essas pessoas que lutam contra uma doença tão difícil”, comenta a superintendente Administrativa do HCP, Cláudia Barbosa. De fato, essa mudança na rotina hospitalar atraiu não só os pacientes, mas funcionários e acompanhantes, que cantavam, aplaudiam e até seguiam a brincadeira pelo ambulatório. Para Leone Correia, integrante do Eu Quero Mais desde a sua fundação, em 1992, o maior objetivo do carnaval, é levar alegria por onde os blocos passam com suas canções e alegorias. “Por isso sempre fazemos esse tipo de ação nos hospitais”, comenta.
Foi em meio a esse clima de animação e brincadeira, que Rosa da Conceição se deparou com o desfile dos blocos, ainda no ambulatório, e aprovou o evento. “É um divertimento pra gente, uma forma de aliviar nossa tensão”, afirma a acompanhante. “Hoje mesmo, eu estava preocupada com o tratamento da minha mãe e não esperava por esse desfile, mas quando vi toda essa alegria e o quanto isso animou ela, não tive como permanecer aflita”.