Na última apresentação de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) na área de Anestesiologia, o residente Isau Coelho compartilhou os resultados do seu estudo sobre o “Comparativo entre Anestesia Peridural Torácica e Anestesia Geral na Recuperação de Pacientes Submetidas à Reconstrução Mamária Pós-Mastectomia”. O trabalho, orientado pelo médico anestesiologista do HCP, Alexandre Dubeux, buscou analisar os efeitos colaterais e a eficácia de ambas as técnicas anestésicas.
Resumo do Trabalho: O estudo de Isau Coelho teve como objetivo principal comparar os resultados entre a anestesia geral e a anestesia peridural torácica em mulheres submetidas à reconstrução mamária pós-mastectomia. Os efeitos colaterais, como náusea, vômitos, variação da pressão arterial, grau de satisfação das pacientes e a analgesia no pós-operatório foram minuciosamente avaliados.
Método: Vinte pacientes foram divididas em dois grupos. O grupo peridural (n = 10) recebeu peridural torácica com ropivacaína e morfina, associada à sedação com midazolam. O segundo grupo (n = 10) foi submetido a anestesia geral balanceada com lidocaína, propofol, rocurônio, fentanil, e manutenção com sevoflurano e remifentanil. Durante o estudo, foram registradas variáveis intra-operatórias, duração da operação, necessidade de complementação da anestesia ou sedação e variáveis hemodinâmicas. No pós-operatório, foram analisados o tempo para alta da sala de recuperação pós-anestésica, a intensidade da dor, o consumo de analgésicos, efeitos adversos e a satisfação com a técnica anestésica.
Resultados: Os grupos foram semelhantes, sem diferença na duração da operação. O grupo de anestesia geral apresentou maior incidência de hipertensão arterial, enquanto o grupo peridural teve mais casos de hipotensão. Prurido foi observado em 72,7% das pacientes com anestesia peridural. Náusea (62,5%) e vômito (66,7%) foram mais frequentes no grupo da anestesia geral. A analgesia pós-operatória foi de melhor qualidade no grupo peridural, com menor consumo de analgésicos. O grau de satisfação foi significativamente maior (60%) no grupo que recebeu anestesia peridural.
Conclusões: Os resultados indicam que a técnica peridural torácica oferece vantagens em relação à anestesia geral, posicionando-se como uma opção promissora para a reconstrução mamária pós-mastectomia. As conclusões do estudo de Isau Coelho fornecem insights valiosos para a prática clínica e abrem caminho para futuras pesquisas no campo da anestesiologia cirúrgica.