As operações de redução de risco são uma parte importante na condução da predisposição hereditária ao câncer. (Imagem/Freepik)
Um consenso entre diversos especialistas que fazem parte da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica, definiu, em artigos já publicados, quais as situações são indicadas para a cirurgia redutora de risco de câncer. A avaliação científica foi coordenada pelo cirurgião oncológico do Hospital de Câncer de Pernambuco, Dr. Vandré Carneiro.
No primeiro artigo são contempladas as avaliações de cirurgias para diminuir as chances de câncer ginecológico, entre a mama, trompas e ovário. O segundo artigo trata de cirurgias redutoras de risco para os cânceres de tireoide e trato gasto intestinal (estômago e intestino). Ambos os consensos avaliam quem, como e onde pode ser realizada a cirurgia.
As operações de redução de risco são uma parte importante na condução da predisposição hereditária ao câncer. Em casos selecionados, podem reduzir consideravelmente a morbimortalidade associada ao câncer nessa população.
“Esse consenso é uma novidade porque é a cirurgia oncológica uma área de atuação na qual o conhecimento é muito dinâmico e vem evoluindo nos últimos tempos. É o primeiro consenso nacional e, primeira vez, foi publicado algo relacionado a esse tema de forma específica. Como funciona? A pessoa é testada, depois a família é testada. Após os testes, é identificada aquela pessoa que não teve câncer, mas tem uma alteração nas células. O consenso é importante para definir quem são essas pessoas e quando deve ser realizado e que tipo de cirurgia deve ser feita”, explica o especialista Dr. Vandré.
O consenso dividiu-se em dois artigos que foram aceitos e publicados na Revista da Sociedade Norte-Americana de Cirurgia Oncológica, uma das mais renomadas na especialidade de cirurgia oncológica no mundo.
“A diretriz foi elaborada de maio a dezembro de 2021 por uma equipe multidisciplinar de especialistas para discutir o manejo cirúrgico das síndromes de predisposição ao câncer. Quatorze questões foram definidas e atribuídas a grupos de especialistas que revisaram a literatura e elaboraram recomendações preliminares. Após uma revisão pelos coordenadores e uma segunda revisão por todos os participantes, os grupos fizeram os ajustes finais, classificaram o nível de evidência e votaram as recomendações”, diz o consenso.