Maria da Paz Azêvedo Silva, ou apenas dona Maria da Paz. A mulher que carrega a paz no nome e também na alma completa mais um ano de vida, motivo suficiente para celebrar neste dia 17 de setembro. Nascida em uma família de cinco irmãos, dona Da Paz aprendeu desde cedo a partilhar, vendo seu pai e sua mãe ajudarem ao próximo, seja em creches, abrigos ou nas ruas. Hoje, a dona de uma de voz calma e olhar acolhedor, representa um grupo voluntário essencial na jornada de tantas pessoas no HCP. É imensurável o trabalho da Rede Feminina que, há pelo menos seis anos é presidida por dona Maria da Paz.
Um fato curioso é que, antes mesmo do seu nascimento, Da Paz já sensibilizava as pessoas como quando no dia da sua vinda ao mundo, no qual ela mesma conta que “nasceu pelas mãos de um ladrão”.
“Meu pai saiu desesperado de madrugada atrás uma parteira e, ao passar por uma ponte, foi surpreendido por um ladrão que o ameaçou com uma faca. Meu pai prontamente disse que não tinha nenhum centavo e apenas estava procurando uma parteira. Foi no dia do meu nascimento. O ladrão se sensibilizou e disse que tinha uma irmã que era parteira, e esse foi o começo da história da minha vida”, relata.
A vida de Da Paz não existe por acaso, assim como sua trajetória como voluntária no HCP. O seu primeiro contato aqui na instituição foi em 1991, quando veio acompanhar o pai diagnosticado com câncer. “Foi quando eu despertei para aquilo que fui preparada na minha infância e juventude”, diz Da Paz sobre a vontade de ajudar as pessoas. Com o pai em tratamento, dona Da Paz observou e ouviu histórias de outros pacientes que, muitas vezes, não tinham condições de vida favoráveis em suas casas.
Anos depois, a Rede Feminina “bateu na porta” da vida de dona Da Paz por um acaso. Uma voluntária da época lhe pediu doações de ovos para alimentar os pacientes aqui no hospital. Dona da Paz, que era comerciante, cedeu ovos por muito tempo e, em paralelo a isso, vinha ao HCP para conhecer mais de perto o trabalho dos voluntários, bem como a realidade dos pacientes.
“Um paciente específico que estava em estágio terminal, foi a pessoa responsável que me fez assumir o compromisso de, finalmente, me tornar voluntária no HCP”, detalha.
Em 14 anos como voluntária da Rede Feminina e atuante no HCP, dona da Paz já viveu inúmeros momentos marcantes, sempre com um objetivo: fazer com que os nossos pacientes se sintam amados, vivos e bem. Em 2011, criou o projeto pós-hospitalar (doação de cestas básicas mais suplementos), para pacientes da pediatria, oferecendo mais qualidade à assistência domiciliar.
Dra. Claudia Barbosa, superintendente administrativa do HCP, não poupa palavras para descrever a mulher que traz consigo a força e a ternura necessárias para expressar solidariedade.
“Maria da Paz é uma mulher extraordinária na sua caridade, atenção e amor com os que mais precisam. Ela olha para o outro e se coloca no lugar dele, uma verdadeira doação, imensurável. No Hospital de Câncer de Pernambuco, faz um trabalho maravilhoso junto ao voluntariado, que está sempre à disposição para ajudar as pessoas. Eu sou uma mulher feliz por ter Maria da Paz na minha convivência profissional e pessoal.”
Dentre suas colegas de voluntariado, há também admiradoras e amigas, como as voluntárias Luiza Miranda e Gecilda Barbosa.
“A minha relação com Maria da Paz é de mãe para filha. Uma afinidade que não tem tamanho. É uma pessoa guerreira, que ama o seu próximo e faz um trabalho espetacular aqui no HCP. Eu a amo muito, é um amor maternal que não tenho como explicar em palavras”, pontuou Luiza Miranda.
“Da Paz é como uma mãe. Ela sabe conduzir as coisas da melhor maneira possível. Ela é a razão e emoção ao mesmo tempo, além de ser uma pessoa que se doa muito para todos”, disse Gecilda Barbosa.
Ana Cristina, gerente de atendimento, destacou que tudo flui quando Maria da Paz está por perto.
“Uma mulher dedicada, solidária, que cuida de cada paciente e que cuida do hospital como um todo. Para mim, dona da Paz é uma pessoa muito importante e extremamente simples, desprovida de qualquer vaidade. Sempre vejo dona da Paz fazendo muito além pelos outros e de coração.”