Na última sexta-feira (7), o setor de Ensino e Pesquisa do Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP) realizou o II Pós San Antonio Breast Cancer Symposium, primeiro evento do Brasil promovido para debater os novos estudos, técnicas, e medicamento que poderão revolucionar o tratamento do câncer de mama, apresentadas durante a 42ª edição do San Antonio Breast Cancer Symposium, em dezembro de 2019, no Texas (EUA), maior evento do segmento realizado no mundo.
O encontro reuniu cerca de 100 profissionais de saúde que trabalham na oncologia. “Com esse evento, além da atualização científica dos nossos profissionais, tentamos dar o que tem de melhor da oncologia mamária mundial e transferir para os nossos pacientes. Todas as inovações que são possíveis de serem feitas no Brasil, nós introduzimos através desse simpósio e discutimos a sua introdução nos demais meios, seja SUS ou privado”, destaca Marcelo Salgado, organizador do evento e oncologista clínico do Hospital de Câncer de Pernambuco.
Entre os assuntos debatidos, a palestrante do evento Nilceana Freitas (Radio-oncologista do Hospital do Câncer Araújo Jorge, em Goiás), trouxe um estudo que propõe fazer radioterapia na mama num volume menor de radiação. “As mulheres passam a ter a oportunidade de receber menos radioterapia, além de receber radioterapia apenas no local onde o tumor é removido. O estudo comprovou que sendo mais econômico na radioterapia, é possível diminuir a toxidade da paciente, principalmente a toxidade da pele, traz benefícios de estética”, explica a profissional.
Outro tema importante foi abordado pelo médico mastologista, Eduardo Millen, sobre os estudos principais de cirurgia debatidos no simpósio em dezembro de 2019. Segundo ele, alguns estudos testaram se a cirurgia ainda era necessária no câncer de mama e se podia ser substituída por métodos de imagem que detectassem que não haveria mais presença de tumor em pacientes que receberiam tratamento antes da cirurgia. “Os estudos não mostraram segurança em substituir a cirurgia por métodos de imagem, pois ainda apresentam uma falha em cerca de 30%. Isso é muito importante, não só para o tratamento local da doença, mas para aplicação de novas terapias que possam diminuir o risco da paciente morrer de câncer de mama, uma vez que ainda existe doença residual depois do tratamento com quimioterapia”, detalhou dr. Eduardo Millen.
Promover o ensino e a pesquisa faz parte da missão institucional do HCP. “Um simpósio como esse tem uma importância fundamental para a instituição, porque fortalece a nossa missão de disseminar o conhecimento na área de oncologia. O tema câncer de mama é muito abrangente, a incorporação de novos tratamentos está sempre em desenvolvimento e o Hospital de Câncer de Pernambuco não pode andar na contramão dessas inovações. Os novos tratamentos devem ser discutidos, para que possamos oferecer um melhor tratamento ao nosso paciente”, conceitua Hélio Fonsêca, superintendente geral do Hospital de Câncer de Pernambuco.