Um modelo de cuidado focado na assistência integral e personalizada. Essa é a função do Hospital-Dia dos Cuidados Paliativos do Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP), projeto que promove atendimento ambulatorial e humanizado aos pacientes oncológicos que estão em cuidados paliativos e de fim de vida. Com o objetivo de apresentar o modelo e torná-lo conhecido a fim de que ele seja incorporado por outras instituições, a Superintendência de Ensino e Pesquisa do HCP esteve reunida, na última terça (07), com integrantes da Secretaria Estadual de Saúde (SES) e com a equipe multidisciplinar do projeto.
Na visita, a estrutura do serviço foi mostrada, bem como os benefícios desse modelo, que amplia a capacidade de atendimento, abrangendo maior quantidade de pacientes a serem assistidos de forma integral. Além disso, o Hospital-Dia possui o diferencial de reduzir a necessidade de hospitalização do paciente que está em cuidados paliativos, proporcionando a ele e a sua família melhor qualidade de vida. “Com o Hospital Dia conseguimos o índice de 32,4% de pacientes que chegaram ao fim da vida no conforto de casa, recebendo o acolhimento da própria família. A ideia é justamente desospitalizar o paciente, para que ele sinta a sensação de que pode ir pra casa”, destacou o Superintendente Técnico do HCP e Coordenador do Serviço de Cuidados Paliativos, doutor Fábio Malta.
Para o Assessor da Superintendência de Ensino e Pesquisa da instituição, doutor Guilherme Costa, esse projeto de assistência integrada que preza pela qualidade e conforto do paciente em estado terminal deve ser abraçado e implantado em outras instituições. “A maioria dos hospitais que possuem atendimento oncológico não tem cuidados paliativos. É um método simples, humano, abrangente e com potencial para mais. É por isso que é tão importante levá-lo para o campo do Ensino e da Pesquisa, pois é através da pesquisa que alcançamos os dados que comprovam a qualidade desse serviço, para que possamos disseminá-lo”, pontuou. Segundo Thayanna Barbosa, coordenadora da política de UTI e integrante da diretoria geral de assistência integral à saúde da SES (DGAIS/SEAS/SES), “Nos chamou atenção a humanização hospitalar que é refletida na assistência do paciente e da sua família. É um projeto muito bom, bastante interessante, que só tem a ajudar na desospitalização dos pacientes”, disse.
Além disso, visando a ampliação do modelo de assistência do Hospital-Dia, a Superintendência de Ensino e Pesquisa do HCP irá promover, através do Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (PRONON), a capacitação de 120 profissionais da Rede Oncológica de Pernambuco. “A ideia é possibilitar o aperfeiçoamento do Projeto não apenas no HCP, mas em outras instituições”, afirmou doutor Guilherme Costa. Como explica Thayanna Barbosa, “Sabemos que apesar dos avanços alcançados na oncologia, ainda há vários desafios a serem superados. E o PRONON vem com objetivo de apoiar a formação e aperfeiçoamento dos profissionais e instituições na rede SUS para melhor atendimento da população”.
HOSPITAL DIA
No modelo do Hospital Dia, o paciente recebe um atendimento personalizado feito pela equipe multidisciplinar – formada por profissionais de diversas especialidades –, que traça um plano terapêutico dentro das necessidades dele, para que os seus sintomas sejam melhor assistidos a nível ambulatorial. No HCP, o serviço funciona desde maio de 2017, e já apresentou resultados satisfatórios, pois com a redução de leitos do setor de Cuidados Paliativos para criação do espaço físico do Hospital-Dia, a capacidade de assistência foi expandida quantitativa e qualitativamente. “Com essa ação intermediária, passamos a atender uma média de 200 pacientes. Reduzimos leitos e ampliamos o atendimento assistencial integrado”, explicou dr. Fábio Malta.