Em 2018, o Brasil deverá diagnosticar mais de 75 mil novos casos de câncer urológico. Além do câncer de próstata, que responde por mais de 30% dos tumores que acometem a população masculina, o trato urinário também pode apresentar os tumores que surgem na bexiga e nos rins. Embora sejam mais frequentes em homens com idade superior a 50 anos, ambos fazem parte da lista dos tumores mais comuns tanto no sexo masculino quanto no feminino. A boa notícia é que as duas doenças podem ser diagnosticadas no início, o que diminui a necessidade de cirurgias agressivas e aumenta as chances de cura.
De acordo com o urologista e coordenador do Serviço de Urologia Oncológica do HCP, dr. Rômulo Vasconcelos, tanto o câncer de rim quanto o câncer de bexiga podem ser diagnosticados por meio de um exame simples, de rotina: a ultrassonografia. “Esse exame é normalmente solicitado pelo clínico geral ou pelo médico das Unidades Básicas de Saúde, cumprindo o seu papel de atenção primária. Ao encontrar alguma lesão, esses pacientes são encaminhados para o urologista”, explica o médico.
O exame tem um papel essencial, especialmente na detecção do câncer de rim, uma vez que essa doença costuma ser assintomática em sua fase inicial. “Os sintomas do câncer renal já vão denotar uma doença avançada. Pode haver sangue na urina, dor, dilatação renal, e a massa do tumor pode se tornar tão grande que pode ser detectada apenas com o exame físico”, detalha dr. Rômulo. Pacientes renais crônicos, com síndromes genéticas ou portadores de esclerose tuberosa, apresentam maior risco de desenvolver a doença.
O câncer de bexiga, por outro lado, apresenta sintomas desde o começo: o mais frequente deles é a hematúria, como é chamada a presença de sangue na urina, sem a presença de dor. “Todo paciente a partir da quinta década de vida que apresente sangramento urinário indolor precisa ser avaliado para câncer de bexiga. O sangramento com dor geralmente está associado a quadros infecciosos”, ressalta o médico. Os sintomas das lesões avançadas incluem a insuficiência renal e a dor.
Entre os fatores de risco do câncer de bexiga, um chama maior atenção: o tabagismo. Isso porque fumantes são três vezes mais propensos a desenvolver a doença do que não-fumantes. “Também existem outros fatores de risco, como a exposição a algumas substâncias químicas que estão presentes em tintas, além do uso de algumas medicações e da presença de infecções ou cálculos na bexiga”, pontua o especialista.