Cefaleia, tontura, lapsos de esquecimento. Sintomas presentes em muitas doenças menos graves, eles também podem ser sinais de câncer de cérebro – doença que, embora seja considerada rara, está incluída na lista dos dez tipos de câncer mais comuns no País. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), mais de 11 mil novos casos de tumores malignos do Sistema Nervoso Central (SNC) devem ser diagnosticados no País em 2018. Com o objetivo de alertar sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer cerebral, o Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP) apoia a campanha Maio Cinza.
O câncer cerebral é caracterizado pelo crescimento desordenado das células deste órgão e pode ser classificado como primário, quando se origina a partir das células do SNC, e em secundário, quando essas células migram para o cérebro a partir tumores originados em outros locais. “A lesão metastática é mais frequente, porque ela vem de outros tumores comuns, como mama e pulmão”, explica o coordenador do serviço de Oncologia Clínica do HCP, dr. Ilan Pedrosa. De forma geral, a doença é mais comum em idosos com mais de 60 anos, mas a sua frequência também varia nas outras faixas etárias, a depender do subtipo.
De acordo com o médico, os sintomas da doença são bem variados e podem surgir de acordo com a região no cérebro atingida pelo tumor. “Se a doença surgir na área responsável pelo equilíbrio, a pessoa pode sentir tontura. Se for próximo à enervação dos olhos, ele pode ter alterações na visão. Também é importante prestar atenção se houver mudanças no padrão de cefaleia (dor de cabeça) que a pessoa costuma sentir e se ela vier acompanhada de outros sintomas, como fraqueza nos membros e dificuldade na fala”, alerta dr. Ilan.
Para as pessoas que apresentarem esses sintomas, a orientação é de procurar um clínico geral ou um neurologista clínico o mais rápido possível. Isso porque o tratamento desses tumores é feito através de cirurgia. “A chance de conseguir a cura é por meio do diagnóstico precoce e do procedimento cirúrgico. Quando não é mais possível fazer a cirurgia, o paciente é direcionado para um tratamento paliativo, que pode ser feito com quimioterapia e radioterapia”, explica o oncologista.