O câncer ósseo é um tipo raro de câncer: representa menos de 2% do total de tumores malignos diagnosticados no mundo. No entanto, apesar de incomum, apresenta alta taxa de mortalidade, especialmente por possuir sintomas que são negligenciados, dificultando o diagnóstico precoce e diminuindo a chance de um bom prognóstico. Para chamar a atenção da população acerca dessa doença, o Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP) desenvolve, há quatro anos, o Abril Amarelo, campanha direcionada para a conscientização sobre o câncer ósseo.
Assim como as demais formas de câncer, os tumores ósseos surgem a partir da multiplicação anormal das células dos ossos. Esses tumores podem ser classificados em primários, quando surgem no próprio osso, ou secundários, quando são resultados de metástases, ou seja, de um câncer que surgiu em outra parte do corpo e se espalhou para os ossos. No primeiro caso, são mais comuns em crianças e adolescentes e afetam, em mais de 50% dos casos, a área do joelho. Já no segundo, são mais frequentes em idosos.
Entre os sintomas da doença, a dor óssea que dura mais de quinze dias e que não alivia mesmo com o uso de medicamentos é o maior sinal de alerta. Segundo o chefe do Serviço de Ortopedia Oncológica do HCP, dr. Marcelo Souza, outros sintomas como inchaço no membro, limitação dos movimentos, fratura óssea e rápida perda de peso, podem demorar até meses para aparecer, a depender do tipo de câncer. “É por isso que reforçamos a importância de se procurar um especialista quando a dor persistir. O nosso papel é descobrir se essa dor óssea é um sintoma de câncer ou não, assim conseguimos surpreender o tumor e trata-lo ainda no começo”, alerta o médico.
O diagnóstico precoce, aliás, é essencial para que o tratamento obtenha resultados positivos. “Se o paciente chega com um tumor em fase inicial, conseguimos realizar cirurgias melhores, com menos agressão à região acometida e com preservação do membro. No entanto, se ele chega com um tumor avançado, com metástase, a sobrevida é bem menor. Precisamos dar valor ao câncer ósseo, porque mesmo sendo raro, ele tem um índice de mortalidade alto. E tudo depende dessa palavra-chave: diagnóstico precoce”, enfatiza o médico.