Dr. Cláudio Gustavo Stefanoff, coordenador nacional do Banco de Tumores no Inca, se reuniu na última terça-feira, 7 de julho, para conversar com cerca de 20 médicos pernambucanos sobre a Regulação de Biorrepositórios e Biobancos, no auditório do HCP. Durante a apresentação, que detalhou tecnicamente como deve ser criado um biobanco, levando em conta toda a legislação do Ministério da Saúde, ele explicou sobre a documentação necessária para acreditação de um biobanco institucional, citando o credenciamento da Conep, e deixou claro que todos os biobancos são abertos, públicos e gratuitos, visto que o interesse público nele são as pesquisas científicas.
Segundo dr. Cláudio Gustavo, existiam, há algumas poucas décadas, vários pesquisadores espalhados pelo país com bancos de tumores de maneira independente e sem uma troca padronizada de informações, o que poderia comprometer as pesquisas. A partir da criação de um grupo de trabalho focado em desenvolver regras e padrões para os biobancos nacionais, que conseguiu gerar a atual Regulação, o fluxo entre pesquisadores melhorou bastante.
O médico explicou ainda que, entre os padrões e regras dos biobancos, constam o consentimento do paciente para a pesquisa, rotinas operacionais padronizadas e a existência de informações vinculadas sobre o histórico clínico do paciente.
Conversamos com ele sobre oa importância dos biobancos. Confira:
Como eram os biobancos quando o senhor começou na área?
Eu fui coordenador do banco de tumores do Inca até 2007, participei de várias iniciativas e atualmente participo também da Conep, então, tenho uma certa expertise nesta área. Mudou muito nos últimos anos porque a gente tem desde 2011 para cá uma diretriz nacional, que é a Regulação de Biorrepositórios e Biobancos, do Ministério da Saúde. Na época em que a gente começou a trabalhar com biobancos, não existia clareza sobre o funcionamento deles. A gente realizada na medida em que outras instituições estrangeiras iam fazendo e nos espelhávamos nelas. Com a Regulação ficou muito mais fácil poder compartilhar as experiências dentro das diretrizes e fazer da maneira correta, com padrões científicos e éticos.
Qual a importância dos biobancos no cenário médico e científico?
Com eles, você consegue coletar material dos pacientes para pesquisas futuras. Hoje em dia, para várias doenças estão sendo analisadas do ponto de vista genético. Então, a Medicina está realizando pesquisas genéticas preciosas, inclusive com tumores. Os bancos vêm ajudar muito nas pesquisas, definindo novos procedimentos, processos terapêuticos e diagnósticos, com qualidade, a partir das novas descobertas científicas vinculadas às coletas. Com a tecnologia, ficou muito mais simples processar dados, material e analisar os tumores.